Por IMAM em 6 de novembro de 2024
Sempre houve no passado um paradigma nas montadoras para o abastecimento de peças de reposição: o de que os pedidos só poderiam ser feitos diretamente à montadora e que essa era responsável pela compra, armazenagem e distribuição à concessionária.
Este processo, baseado em previsões de vendas, é longo e, sob a ótica do gerenciamento da cadeia de abastecimento, é repleto de perdas (atividades que nada agregam de valor ao cliente). O processo que parecia óbvio, somente agora começa a ser redesenhado-os fabricantes entregarem diretamente às concessionárias, e com embalagem padronizada.
Fluxo tradicional
Neste ambiente, as concessionárias fazem um pedido programado por mês, baseado em previsões, dados históricos, tendências, promoções, etc. A montadora recebe e acumula estes pedidos e convida os fornece dores para uma tomada de preço (cotação, leilão, etc.). Assim, a montadora irá atender aquilo que ela tem em estoque, isto é, adquiriu no passado com base em sua previsão.
Fluxo tradicional
Os itens que retirar do estoque serão atendidos conforme pedido programado. O restante permanecerá em “back-order”‘ para quando os itens chegarem. Se os saldos atingirem um valor mínimo para faturamento, serão faturados. Caso contrário, continuarão em “back-order”. Na falta de itens críticos, as concessionárias emitem pedidos emergenciais, veículo parado, etc., o que torna o sistema crítico. Para evitar futuras faltas, as concessionárias geralmente selecionam uma margem de segurança para os próximos pedidos, propiciando, assim, o efeito chicote ou ampliação dinâmica. Esta é uma das razões da falta de peças em concessionárias – você já deve ter enfrentado isso quando procura uma peça batizada de “original”. Porém, você sabe que se for até um distribuidor facilmente encontrará aquela peça do mesmo fabricante e, portanto, não deixará de ser original, já que tem o nome do fornecedor, número de série e data de fabricação, entre outras características, além de outras peças de fontes “primárias”, ou seja, a decisão pela escolha é do usuário. Do ponto de vista de turismo de material”, o maior absurdo é uma peça sair da fábrica do fornecedor da cidade “A”, ir para o armazém da montadora na cidade “B” e depois voltar para uma concessionária localizada na cidade “A”, a poucos quilômetros do fabricante original. Você deve estar perguntando-se como isto tudo é possível? É um ambiente repleto de atrasos, de desperdícios e perdas que o cliente não vê sob a forma de valor, mas pagará sob a forma de custos agregados. Isto é uma das razões que faz com que o usuário evite uma concessionária, principalmente se o seu veículo estiver fora do período de garantia.
Fluxos de Informação
Após inúmeras discussões nas associações de revendedores de cada montadora, onde estes e outros paradigmas estão sendo eliminados, algumas montadoras já estão permitindo que algumas concessionárias possam fazer seus pedidos diretamente aos fornecedores, desde que elas saibam da quantidade e de que E evidente que este fluxo é mais enxuto (quase sem perdas) e corrige todos aqueles absurdos do ambiente tradicional.